Olá,
Espero que estejam a ler isto em casa e não num centro de detenção malaio lotado e fumegante.
Brincadeiras à parte, nunca, mas mesmo nunca, recomendaria a ninguém que levasse a bordo qualquer coisa do género, como armas de fogo, explosivos e drogas ilegais. Não importa se se trata de uma pequena quantidade que se pode esconder, ou se se trata de uma grande quantidade que se quer engolir. O que mais me preocupa é o facto de estarmos dispostos a arriscar que nos tirem décadas de liberdade pela mais pequena quantidade de droga nestes países. A Indonésia, o Brunei, a Malásia, a China, o Vietname, a Tailândia e praticamente todos os países que não pertencem à União Europeia farão coisas horríveis à sua vida e ao seu bem-estar por acusações de tráfico de droga. Mesmo na União Europeia, as coisas acabam mal. A única diferença é que não se é condenado a uma pena de prisão perpétua ou a uma pena de morte.
Eu, quando tinha 20 e poucos anos, tinha um vício intenso e duradouro de heroína e cocaína. Tinha um fornecimento ilimitado (praticamente) no Reino Unido. Quando regressava ao meu país de origem, na UE, tinha de me abastecer durante 10 dias. Era muito ingénuo e demasiado autoconfiante. Embalei 10 g de heroína afegã em 15 a 20 pedras pequenas, que embrulhei em papel para fumar e numa dupla camada de película aderente, que seria selada a quente. Colocava cada pedra em diferentes objectos pessoais: por exemplo, uma numa meia, outra na meia seguinte; duas no bolso pequeno das calças de ganga; uma nos boxers (leva-se muitos pares de boxers e meias para 10 dias); dobrava as T-shirts e colocava lá uma pedra também. Dobraria e pressionaria muito bem todos os pertences com heroína lá dentro, até os passaria a ferro, para que parecessem muito prestáveis e o funcionário da alfândega não quisesse ser um camponês mal-educado e estragar a minha roupa para as férias. Nesse dia, eu estaria sóbrio, sem roupa de rua, sem comportamentos estranhos de "gangster".
Isto foi feito duas vezes. Olho para trás e nunca o faria nesta idade. Tive simplesmente sorte. Há cães em todos os aeroportos. Sei que no Sudeste Asiático o contrabando de droga e o terrorismo são muito preocupantes, por isso fazem um esforço extra para tentar detetar estes objectos.
Sugiro vivamente que nem sequer pense em fazer isto. Mas atenção, eu fiz isto há cerca de 15 anos. Todos os anos, a segurança dos aeroportos melhora cada vez mais a interceção de artigos proibidos.
Sugiro que utilize a DHL, a UPS ou qualquer outro serviço de correio disponível na sua região, e que utilize nomes falsos, telemóveis de reserva, contas de correio eletrónico únicas e endereços vazios, do tipo casa-forte.